7 de janeiro de 2009

- Acreditas no Amor?
- Não.
- Hum?
- É uma palavra muito subjectiva. Depende do sentido que lhe dás. O que para ti é Amor, para mim não é.
- Mas achas que ele existe?
- Acho que são poucas as pessoas que têm a capacidade de o tornar real.
- Tu tens?
- Não.
- Acreditas?
- Sim.
- Em quê?
- Nas sensações.
- Elas podem mentir.
- Obviamente.
- Então...
- As minhas sensações não me mentem.
- Mas as das outras pessoas...
- Impulsos.
- Quê?
- Acredito nos impulsos das outras pessoas. São reacções espontâneas, genuínas.
- Percebo.
- Julgas que sim.
- Hum?
- O que percebes pode não ser a realidade.
- Pois...
- Mas pode ser a tua realidade. E a tua realidade é diferente da minha.
- Relatividade?
- Certamente.
- Mais alguma coisa?
- Hum?
- Acreditas em mais alguma coisa?
- Acredito.
- Sim...
- No que me influencia, no que me molda, no que me ensina.
- Mas pode o que te molda pode não ser o mais correcto...
- O certo e o errado são relativos.
- Claro.
- Além disso...
- Sim?
- Se não acreditasse no que me influencia, molda e ensina...
- Sim...
- Não acreditaria em mim.


Escrito à 1 ano e meio. Continua tão actual...

5 comentários:

Anónimo disse...

Coisas escritas por mim à três anos são tão actuais.

Penso que não é bom que assim seja, coisas tão antigas e tão actuais. É sinal que não progredimos (?)

Enfim.

Emília Pam disse...

Talvez daqui a 20 anos faça sentido da mesma forma.

Não me parece que seja sinal de não progressão Teresa, parece-me antes que seja apenas uma Verdade Intemporal. Até porque, pelo facto de estamos sempre em constante mudança, a nossa forma de pensar de tão relativa que é e de tantos caminhos que nos abre, poderá levar-nos a vários pensamentos, mas sempre com as mesmas questões e pensamentos iniciais.

Todos os caminhos vão dar a Roma não é verdade?

Um beijinho *

Selenyum disse...

Eu recuso-me a usar a palavra e o seu verbo associado de uma maneira leviana. Uma palavra é só uma palavra e só depende do significado que lhe damos...
Não sei porque mas "I love you" ou "Я люблю тебя [ya liubliu tebia]" são tão vazios de significado para mim, mas a versão portuguesa tem tanto significado.

acho que a conclusão é que não há verdades absolutas, apenas a pequena realidade de cada um, de que somos senhores. O resto é apenas uma névoa desconhecida.

sribeirodasilva disse...

Que mega conversa, tão cheia de tudo. O amor é mesmo isso, relativo. *

sribeirodasilva disse...

Chamou-me à atenção este teu espaço, daí ter marcado a minha presença cá, escreves bem, muito bem :) *